sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Brotero - O patrono

Félix Avelar Brotero

Segundo a biografia do Centro Virtual Camões, Félix da Silva Avelar era o nome de nascimento deste botânico, lente de Botânica e Agricultura na Universidade de Coimbra, doutor em Medicina pela Universidade de Reims, que nasceu em Santo Antão do Tojal a 25 de Novembro de 1744 e morreu em Belém, Lisboa, em 4 de Agosto de 1828. Filho de José da Silva Pereira e Avelar, médico pela Universidade de Coimbra. Aos 19 anos recorreu à arte do canto para angariar meios de subsistência, devido à morte do seu avô e, após ter ficado órfão de pai aos 2 anos e a sua mãe ter perdido a razão, conseguiu um lugar de capelão cantor na patriarcal de Lisboa. Entretanto tinha estudado latim, grego e música e adquirido conhecimentos de Direito Canónico suficientes para ir para Coimbra fazer exame três anos seguidos, não concluindo porém a formatura devido à reforma da Universidade de 1772, que proibia exames sem a respectiva frequência.

Foi, em 1778, redactor das Gazetas de Lisboa, ao reaparecerem depois da sua suspensão desde 1762. As suas ideias filosóficas, e a amizade que o ligava a Francisco Manuel do Nascimento - Filinto Elísio (1734-1819), tornaram-no suspeito ao Santo Ofício, e viu-se obrigado a emigrar, juntamente com o seu amigo. A 5 de Julho de 1778 embarcaram ambos para Paris. Foi em Paris que, seguindo o uso dos estudiosos da época, adoptou o apelido de Brotero (amante dos mortais). Durante os 12 anos em que esteve em Paris, frequentou assiduamente as aulas e institutos de ciências naturais, ao mesmo tempo que procurava meios de subsistência por trabalhos originais e traduções que vendia aos livreiros. Assistiu ao Curso de História natural que Valmont de Bomare abriu em Paris em 1781, e às lições de Botânica de Brisson no Académie de Pharmacie. Concluídos os principais estudos de História Natural doutorou-se na Escola de Medicina de Reims. Deixou depois de exercer clínica e dedicou-se exclusivamente ao estudo da Botânica. Deixou Paris depois de haver presenciado os acontecimentos iniciais da revolução francesa e chegou a Lisboa em 1790, na companhia de Filinto Elísio.

Pela reputação que ganhara foi nomeado lente de Botânica e Agricultura na Universidade de Coimbra, por Decreto de 25 de Fevereiro de 1791. Já em 1788 havia publicado em Paris o Compêndio de Botânica. As suas prelecções alcançaram grande êxito. Iniciou a primeira escola prática de Botânica, reorganizando o jardim, que fora principiado sob a direcção do antigo lente, Domingos Vandelli (1730-1816). Dedicou-se à investigação botânica e daí resultaram obras importantes como a Flora Lusitanica (1804) e a Phytographia Lusitaniae selectior, cuja publicação, começada em 1816, terminou em 1827. Nos seus trabalhos de colheita de exemplares passou por diversas situações de perigo: três quedas na Serra da Estrela, um ataque de salteadores no Alentejo, uma tentativa de assassínio por pastores que suspeitavam que Brotero inspeccionava os baldios para conseguir que lhe fossem doados. Por Decreto de 27 de Abril de 1811 foi nomeado por D. João VI director do Real Museu e Jardim Botânico da Ajuda; e jubilado por decreto de 16 de Agosto de 1811.
Em 1820 foi eleito deputado às Cortes Constituintes pela Estremadura. Depois de ter assistido aos trabalhos legislativos durante 4 meses, pediu dispensa que lhe foi concedida.

Félix Avelar Brotero (1744-1828) fugiu do Santo Ofício




Félix Avelar Brotero (1744-1828)



















Fonte: http://www.cienciahoje.pt

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